As efemérides transportam com frequência a vontade de lembrar conjunturas e compromissos assumidos coletivamente numa determinada época da História. Mas podemos perguntar: até que ponto têm os jovens portugueses uma ideia, uma opinião sobre o 25 de Abril e até que ponto reconhecem na imagem em movimento o poder de representar a História ou as memórias coletivas do seu país?
Ao completarmos 50 anos sobre a revolução do 25 de Abril, parece-nos imprescindível trabalhar com os jovens sobre a força simbólica e icónica da imagem em movimento, conhecer a sua relação com a História, e, como reconhecia Sergei Eisenstein, perceber o seu poder enquanto estratégia transformadora da realidade.
Em Portugal, nesta conjuntura tão fraturante, houve também esse desejo de fazer do cinema um instrumento popular de consciencialização política e os jovens portugueses devem descobri-lo. Apostamos, assim, na ideia de aprendermos, todos, o valor da Liberdade através de um cinema que interpela a História e que nos ajuda a assumir com mais significado a nossa participação na vida democrática.
O nosso eixo aponta para uma programação concreta de vinte e cinco filmes que evidenciam estratégias audiovisuais aliadas a escolhas estéticas e diferentes narrativas, para construir interpretações sobre este período da História de Portugal. Produzidos durante o período do Estado Novo, da Revolução ou depois dela, todos refletem realidades do período da ditadura e da transição para a Democracia. Neste Magazine, deixamos aqui um conjunto de pistas de acesso a estes trabalhos.