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Todos os anos, por altura do Dia dos Namorados (14 de fevereiro), o PNC propõe às escolas uma semana para celebrar os afetos, através de diferentes narrativas cinematográficas. Neste ano as sugestões são quatro: três filmes de ficção, um deles de animação, e um documentário. A ligá-los, um denominador maior nas temáticas do cinema: a representação de sentimentos entre as pessoas. Entre Ilda e Júlio, em Os Verdes Anos, 1963, de Paulo Rocha; entre Miguel e Luísa, em Uma Pedra no Bolso, 1988, de Joaquim Pinto; entre José e Pilar, em José e Pilar, 2010, de Miguel Gonçalves Mendes; e, finalmente, entre Suzu/Belle e o monstro, em Belle, 2021, de Mamoru Hosoda. Através do cinema, convidamos todos a descobrir universos onde imperam o amor e a paixão, mas também o sofrimento e a desilusão.
Todos os filmes têm a classificação de M/12 anos.
Os Verdes Anos, 1963, de Paulo Rocha. Júlio, de dezanove anos, desloca-se da província para Lisboa, tentando a sorte e procurando ganhar a vida como sapateiro. Mal chega, um acaso leva-o a conhecer Ilda, uma jovem da sua idade, empregada doméstica numa casa perto da oficina. O jovem sente-se num ambiente estranho e hostil, e a cidade inquieta-o. Começa a desconfiar de Ilda, que acaba com o namoro, e, impulsivo, provoca a tragédia.
Uma Pedra no Bolso, 1988, de Joaquim Pinto. Uma história de iniciação na idade adulta: em férias na estalagem de uma tia, à beira mar, Miguel encontra Luísa, o pescador João e o Dr. Fernando, três personagens que marcarão a entrada da sua primeira “pedra no bolso”.
José e Pilar, 2010, de Miguel Gonçalves Mendes. Baseado no registo do seu dia a dia em Lanzarote, a sua casa, e nas suas viagens de trabalho pelo mundo, este filme apresenta-se como um retrato intimista do casal. A obra fílmica tem como ponto de partida o processo de criação, produção e promoção do romance "A Viagem do Elefante". Ao longo do documentário, a ficção literária irá funcionar como metáfora do percurso do próprio Saramago, desde o momento inicial da construção da história em Lanzarote (2006) até ao lançamento do livro no Brasil (2008). Desta maneira, a dura e custosa viagem do elefante irá refletir, quer a jornada do autor durante o processo de criação do livro, quer a narrativa fílmica.
Belle, 2021, de Mamoru Hosoda. Após a morte da mãe, de quem era muito próxima, Suzu afastou-se dos amigos e isolou-se no seu próprio mundo. Certo dia, enquanto navega pela internet, entra no mundo U, um universo virtual com mais de cinco mil milhões de membros, onde sente ter finalmente a oportunidade de recomeçar uma “nova vida”. Naquele lugar, longe da penosa realidade em que tem vivido, Suzu transforma-se em Belle, uma cantora pop muito famosa, segura de si e admirada por todos. Inspirado na história de “A Bela e o Monstro”, o famoso conto de Jeanne-Marie Leprince de Beaumont (1711-1780), este filme de animação foi escrito e realizado pelo japonês Mamoru Hosoda, também autor de “O Rapaz e o Monstro” e “Mirai” (nomeado para Óscar e Globo de Ouro na categoria de melhor filme de animação).